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Chegou a hora da verdade

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Novak Djokovic e Rafael Nadal cumpriram um roteiro de pequenas emoções até se chegar ao roteiro mais do que previsto. Irão duelar em si pelo segundo Roland Garros consecutivo – e a 35ª vez desde 2006, quando a série começou lá mesmo no saibro parisiense – num clima de total imprevisibilidade. Se é bem verdade que Nole aprendeu nos últimos dois anos como jogar contra os efeitos da bola do espanhol, não é menos fato que Nadal possui o estilo ideal para incomodar o sérvio.

O fato curioso do duelo é que ele ocorrerá na semifinal, algo que não víamos desde novembro de 2009 (excluindo-se aí as duas vezes que se pegaram na fase classificatória do Finals de Londres). Ou seja, após uma série de 12 decisões. O placar é de 19 a 15 em favor do espanhol, mas se pegarmos apenas o período de real crescimento no jogo do sérvio, a inversão é radical: 8 a 3.

Sobre o saibro, Rafa também leva esmagadora vantagem, com 14 vitórias em 17 duelos. Porém, novamente se limitarmos isso às três temporadas mais recentes, veremos um rígido empate por 3 a 3. Em nove torneios de Grand Slam, Rafa ganhou seis e perdeu três, uma em cada final de Slam que não seja Roland Garros..

Tudo isso, é claro, são números. Apenas apimentam a disputa. Se fosse possível considerar aspectos psicológicos – algo extremamente difícil de se avaliar -, Djokovic deveria se sentir muito mais pressionado pelo desejo do título inédito. Rafa poderia jogar extremamente solto, mas será que ele não gostaria de provar que recuperou a hegemonia sobre o saibro? Não dá para entrar na cabeça deles e saber. Respostas, só mesmo na sexta-feira.

Nole vivenciou uma passagem menos atribulada pelas primeiras rodadas neste ano, a ponto de ceder apenas um set. No seu caminho, jogadores novos, como Goffin e Dimitrov, e experientes, do quilate de Kohlschreiber e Haas. Na terceira rodada, anotou apenas 13 winners, mas nesta quarta-feira chegou a 46. Foi quando também fez mais aces (11). A média de acerto do primeiro saque variou muito, entre 64 e 74% nessas cinco partidas, porém os pontos vencidos após o serviço inicial foi bem razoável: média de 77%.

Nadal teve seu pior início de Roland Garros em todos os tempos, cedendo o primeiro set nas duas partidas iniciais e escapando por pouco na seguinte. Só então começou a se mostrar mais senhor do saibro e as duas últimas exibições foram avassaladoras. Os winners variaram de 20 a 40, em três partidas anotou cinco aces e o primeiro saque foi de 69% a 84%. Os pontos vencidos após o primeiro serviço estão um pouco mais baixos, na média de 72%.

Duas coisas curiosas sobre as quartas de final masculinas: os backhands de duas mãos ganharam todos os 12 sets contra o backhand de uma mão. Coincidência? Já o tempo total consumido pelos quatro jogos masculinos (445 minutos) foi inferior às quatro partidas femininas (457). Eu me decepcionei principalmente com Stan Wawrinka, que errou demais e fez um jogo pouquíssimo agressivo. E me impressionei com Jelena Jankovic, que está jogando de forma muito mais saborosa do que quando era a número 1.

Por fim, já podemos comemorar o sexto lugar de Bruno Soares no ranking. A chance de vitória sobre os irmãos Bryan existe, claro. Com diferentes parceiros, o mineiro já venceu três vezes a maior dupla da história, inclusive em Roland Garros, quando jogava ao lado de Marcelo Melo. Nesta temporada, está 2 a 1. Tenho certeza de que os norte-americanos irão respeitar muito Soares e Peya, outro que já garantiu um inédito lugar no top 10.

Só achei incrível que, por tudo que já fez em Paris, Bruno tenha garantido apenas US$ 67,3 mil. Inegável que é uma boa grana, mas é menos do que recebeu qualquer tenista, homem ou mulher, que chegou na terceira rodada de simples.

Desafio – Amanhã, logo cedo, lanço aqui um desafio para vocês apontarem os vencedores das semifinais masculinas. Valerá uma biografia de Djokovic, recém-lançada pela Editora Évora.

Susto – Não encontrei no Youtube, então deixo aqui o link do vídeo-pegadinha que foi feito com vários tenistas em Roland Garros, sobre uma anunciada aposentadoria de Roger Federer. Está tudo em inglês, mas vale tentar assistir;


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